Descubra as diferenças.

Fotomontagem por Paulo Moiteiro


Há algo errado com esta imagem mas ninguém parece descobrir o que é...

À Lei da Rolha


Santana Lopes parece decidido a aliar-se a Sócrates na luta por manter o governo PS durante muitos e longos anos. Ninguém melhor que ele para se colocar na pele de um Primeiro Ministro com maioria relativa e popularidade periclitante. A solidariedade e o altruísmo de Santana para com Sócrates chegam a ser comoventes quando propõe a aplicação ao seu próprio partido de medidas de censura que fazem recuar a nossa memória colectiva aos tempos de Salazar, para gáudio do PS que tem assim a tarefa de desacreditar o PSD ainda mais facilitada. Tudo em prol da estabilidade política. Em Espanha, o assessor de José Sócrates para a imprensa, D. Juan Carlos I, fervoroso adepto da liberdade de expressão, terá reagido perguntando a Santana Lopes "porque no te callas?" (porque não te calas?). O líder do país vizinho, Alberto João Jardim, reagiu com irritação: "se nom me crien no partidd já m' p'diem ter ditt, per iss faquiú, meten a rolha no quiú" (esta frase aguarda tradução).


A medida peca, na minha opinião, por falta de ambição. Santana poderia ter ido mais além e imposto a "lei da rolha" não só aos 60 dias que antecedem os sufrágios mas também aos cerca de 1400 que os sucedem. E em vez de impedir os Sociais Democratas de falar contra a direcção do partido, o que poderia criar alguma confusão já que nunca se percebe quem manda realmente, porque não simplificar e impedi-los apenas de... falar? Não me parece que daí viesse mal ao país e diria mais: os políticos, quando estão calados, até nem são má companhia. Esta prática é aliás comum entre as fileiras do partido, como amiúde exemplificam Manuela Ferreira Leite e Aníbal Cavaco Silva. O que faz ainda mais sentido se pensarmos que Sócrates apenas ouve Cavaco quando o último pensa não estar a ser escutado. Afinal, embora raramente falem quando lhes perguntam seja o que for, são dos políticos mais bem sucedidos que já passaram pelo PSD, juntamente com Durão Barroso, Marques Mendes e Pacheco Pereira que, independentemente da pergunta que lhes façam, respondem sempre sobre um assunto à sua escolha.


Sou todo a favor de qualquer medida que tenha o duplo efeito de, por um lado calar membros do PSD e por outro reduzir o seu número. Seria interessante a regra ter efeitos retroactivos embora isso significasse a provável dissolução desta força política, pois num momento ou noutro toda a gente já criticou a direcção. Nesse caso Santana poderia então realizar o sonho de criar um partido seu, com as iniciais do seu nome, o Partido Santana Lopes, ou PSL. Isto supondo que encontraria o número suficiente de surdos-mudos para o seguirem. A alternativa mais viável consistiria em mudar-se para o PS e chamar-lhe Partido Santanista, substituindo e ostracisando Sócrates que devia ter pensado nisso antes e mudado o nome para Partido Socrático, em ambos os casos sem necessidade de alterar a sigla do PS e com a vantagem de não mais ter que disfarçar o facto de o PS já nada ter a ver com ideais Socialistas ou de esquerda. Esta seria uma aplicação mais correcta da manobra descrita no livro secreto de Paulo Portas intitulado "Como Ganhar a Liderança de um Partido e Mudar a Sua Orientação Política Para Totós", das edições Moderna.


Claro que, com Santana, os congressos do PS seriam algo parecido com o programa da Júlia Pinheiro em que se fala com mortos, o que não parece complicado no caso dela porque, convenhamos, quem é que consegue descansar em paz com ela a falar? Mas a coisa teria pernas para andar, afinal Sócrates já provou que os antigos militantes do PSD dão óptimos secretários gerais do PS apesar de estarem constantemente envoltos em polémica e questões de contornos menos claros.

E o burro sou eu?


Esta coisa do Euro nunca foi sinónimo de boas notícias… Aderimos ao €uro e em pouco tempo os preços quase duplicaram. Organizamos um e vimo-nos gregos na final (e na inauguração) que perdemos em casa. Este ano perdemos primeiro o treinador e depois os quartos…

Não sou supersticioso, (não acredito nisso porque dá azar) mas achei um bocado mau presságio aquela campanha com a malta toda a empurrar o autocarro da selecção daqui até Coques-Âgés-de-Bouchon (Cascos-de-Rolha-Mais-Velhos). Só mesmo a Galp para patrocinar um autocarro sem combustível. Depois de uma viagem assim como queriam que a rapaziada ganhasse o campeonato?

De facto a crise dos combustíveis aliada às altas temperaturas que já se fazem sentir estão a ter resultados imprevistos na forma de pensar dos portugueses em particular e dos dirigentes da Galp em geral. E não me venham cá dizer que é devido ao facto de o presidente do conselho de administração ser um Nabo que eu não acredito em coincidências. Aliás, longe de mim fazer piadas sobre o bom nome dos Murteira Nabo.

A campanha demonstra sentido de responsabilidade. E até deve ter sido assim que surgiu a ideia:

-Ó Nabo!
-Sim, Sr. Presidente?
-O que é que queria o Madaíl ao telefone? Esse gajo não nos tem largado!
- Queria um patrocínio de um autocarro e combustível para os miúdos dele irem para um campeonato europeu.
- Arranje-lhe um autocarro cheio de autocolantes e um cartão com desconto de 5 cêntimos no litro. Se caírem nessa e atestarem o depósito nas nossas bombas, vai dar para pagar o aluguer e ainda temos lucro!

E agora? Como vamos entreter os portugueses e as portuguesas? O dia de ir a Fátima já passou. A greve dos pescadores já lá vai e a dos camionistas também (e, durante a greve, Mário Lino absteve-se de dizer uma só palavra em francês, demonstrando assim que burro velho desaprende línguas). A ideia de fazer um buzinão para reclamar a subida dos preços dos combustíveis também não pegou, vá lá perceber-se porquê. Para mim a ideia é genial, pois a primeira coisa que me apetece fazer quando sei que houve um novo aumento é correr para as bombas, encher o depósito e circular a baixa velocidade horas a fio enquanto buzino freneticamente. O conceito tinha pernas para andar. Aposto que o Dr. Proença de Carvalho gostaria de ter pensado nisso!

Descanse em paz...


Eu ainda sou do tempo em que o jornal 'Público' era uma publicação que apetecia comprar. Assisti ao seu nascimento, no dia 5 de Março de 1990, e nesses tempos era uma sinfonia noticiosa bafejada pela isenção e qualidade de conteúdos, brilhantemente orquestrada por Vicente Jorge Silva. Tornou-se imediatamente uma referência para mim que pensava (fantasiava) na altura seguir uma carreira ligada ao jornalismo. Já me tinha constado que o pasquim teria batido as botas mas no outro dia quando soube do espalhafato gerado por uma notícia que envolvia um Primeiro Ministro, um avião e tabaco, e que fora dada, contra todas as minhas mais loucas suspeitas, pelo 'Público', constatei que era verdade. Morreu. E não deixou substituto que, inspirado nos seus tempos áureos, salvasse a honra do convento. Conseguiu ser mais parvo que o 'Correio da Manhã'. Imagino o que pensará o antigo director... 'Anda um pai a criar um filho para isto?'

Bom dia!


O Governo quer cobrar uma taxa sobre os sacos plásticos usados nos super e nos hipermercados. De acordo com o jornal Público, a nova taxa vai fixar-se nos 5 cêntimos por saco.
Tradução: vamos ter que começar a pagar os sacos que usamos para deitar fora o lixo.


Euribor atinge máximo de sete anos.
As taxas de juro de mercado a três meses na Zona Euro atingiram, esta terça-feira, o máximo de sete anos, reflectindo a aproximação do final do ano e a continuação das restrições na concessão de crédito.
Tradução: a casa que lhe pareceu um bom negócio na altura nunca esteve tão cara como hoje.

Jovens terão menos apoios para arrendar casa.
As candidaturas para o novo regime de apoios começam hoje, mas há mais restrições e menos subsídios.
Tradução: puto, casa é a pagantes e não bufantes.

Função Pública: Governo e sindicatos voltam hoje à negociação.
O Governo e os sindicatos da Função Pública voltam hoje à mesa das negociações para uma ronda suplementar sobre a actualização salarial, no rescaldo da greve e depois do executivo ter garantido que não vão haver aumentos intercalares. Governo que termina as negociações com um aumento de 2,1 por cento, o mesmo valor que propôs desde o início.
Tradução: Negociar é assistir ao anúncio do governo sobre quanto vai aumentar os ordenados.


Vieira da Silva espera chegar hoje a acordo sobre flexigurança.
O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, disse em Bruxelas que espera chegar hoje a um acordo sobre os princípios da flexigurança no último conselho de ministros dos 27 a que preside.
Tradução: o ministro pede aos empresários para terem calma porque aquela coisa dos despedimentos facilitados está quase tratada.


Presidência portuguesa conclui negociação que se arrastava há 5 anos.
A partir de 2015 IVA na internet vai ser igual ao do país comprador.
Tradução: se o problema é relacionado com impostos, nós resolvemos (mesmo que isso signifique ficarmos a perder).

Acordar bem cedinho e ver as notícias fresquinhas! Ai, como é bom assim acordar!

Está na mala!

Afinal os números divulgados pelo Eurostat, uma taxa de desemprego para Portugal de 8,5 %, não estavam correctos e foram corrigidos ainda no mesmo dia para 8,2%.

"Felizmente, tratou-se de um erro", disse José Sócrates. Felizmente? 'Tá doido! Assim, Portugal deixa de ser o país da Zona Euro com a taxa de desemprego mais elevada, para passar a ser o segundo, atrás da Grécia (que registou uma taxa de 8,4% no segundo trimestre deste ano)!

Pessoalmente basta-me olhar para as taxas de desemprego nacionais dos últimos anos para ficar optimista com o futuro:

Acho mesmo que com o esforço conjunto do governo e dos nossos empresários, no próximo ano não estaremos em segundo mas em primeiro lugar na lista. O segundo lugar é o primeiro perdedor, Portugal tem tudo para ser campeão também nesta área e não vamos deixar que os gregos nos retirem este título. Força Portugal!

Começamos em 1995 com uma boa taxa de 7.3%, depois fomos deixando abandalhar a coisa até andarmos a engonhar nos anos 2000 e 2001, em 2002 tivemos uma ligeira subida e daí para cá tem sido sempre a subir. Hoje assinalamos o maior valor dos últimos 12 anos: 8.2%. E desconfio que os gregos pediram a recontagem, senão o resultado seria de 8.5%. Claramente, uma notável recuperação!

Aliás, tenho um indicador recente do sucesso português que nos dá uma nova vitória sobre os nossos vizinhos europeus. Segundo um estudo divulgado pela revista Focus, a nossa TAP é a recordista na Europa na perda de bagagem. Aqui vão os números:



UN = Malas perdidas por 1000 passageiros

Reparem que estamos a uma confortável distância dos bifes, os franciús e os espanhóis nem dão para começar e os alemães e finlandeses levam uma abada que é para mais que o dobro!