Uma das definições para 'arte' que me ensinaram há muito tempo: algo 'criativo e original, diferente de tudo'. E já que estou numa de dizer bem de coisas que se possam ver e ouvir, aconselho então um filme que merece ser visto: The Departed - Entre Inimigos, a obra de Martin Scorcese que continua a contribuir para que o cinema seja considerado uma 'arte'. Longe dos sucessos calculados, pese embora a escolha de actores 'seguros' como Leonardo DiCaprio, Matt Damon (à partida uma 'boys band' para cinema) e Jack Nicholson (o qual dispensa qualquer crítica), as suas fantásticas interpretações não conseguem obscurecer o génio do realizador. Um filme à moda antiga, puro e duro. Não fora a escolha dos actores e dir-se-ia mesmo que a ideia principal não seria fazer dinheiro. E ao contrário do que é habitual nas produções de Hollywood, o final não é previsível, acho até que deve ser divertido ver o filme mais que uma vez num cinema mas após a primeira, estar atento à reacção da plateia. O fim é mesmo... indescritível. Sem tretas, o melhor filme que vi este ano.

Para ouvir


Embora me acusem de ouvir sempre a mesma coisa, ou seja, música de génios como os Dream Theater, os Yes, em suma, rock progressivo, gosto sempre de chamar a atenção para coisas um pouco menos óbvias, como o último álbum dos My Chemical Romance, The Black Parade. É no mínimo interessante a forma como misturam as influências punk/hardcore numa piscadela de olho distante a bandas como Green Day, The Offspring e até H.I.M., embora não devam deixar que esta curta descrição vos impeça de ouvir o album. Após uma curta reflecção (como o são todas as minhas), penso que há uma boa razão para eu ter simpatizado com a música destes rapazes. Sem querer ser demasiado atrevido, porque isto da música é coisa séria, parece-me que fazem um som tipo... 'progressive punk rock'... E posto isto estou à vossa disposição nos locais do costume para a violência fisica e verbal que daqui possa resultar.

Ó inspiração vem cá 'baixo!



Após um grande período de ausência ao qual eu decidi chamar de 'O período', sinto que é altura de voltar a escrever neste blog. Sem que tenha havido algo de relevo na minha vida, excepto talvez na forma das maminhas daquela menina que passou há pouco na taska, seguida de uma corrente de ar devido ao facto de ela ter removido os headphones, mas adiante... É assim a minha vida pautada pela falta de acontecimentos... Entretanto em Utrecht o meu amigo Pedro Santos deve já estar mais que instalado e a fazer rodízio de holandesas...'Olhe, pode trazer mais uma mas desta vez com um pouco mais de molho, se faz favor?...A anterior estava demasiado bem passada...' Por aqui nem tenho ligado a televisão por falta de coragem, confesso. Da última vez que o fiz eram 10 da manhã e eu, acabado de acordar, liguei a dita e dei de caras com um grande plano do Carlos Castro. o que ainda hoje me atormenta. Isto para quem ainda estava em recuperação devido a um pequeno plano do Marques Mendes...

Com pouco tempo para estar atento ao que se passa no mundo, tenho tentado manter uma atitude positiva e decidi não dizer mal de ninguém por uns tempos. Claro que assim fiquei sem assunto e a inspiração não tem abundado. Um amigo meu até me disse: 'Olha, podias era escrever sobre o nada'. Ao que eu respondi: 'Mas tu gostas mesmo de dizer coisas, não é? Para além de que isso já foi feito pois todos os anos o Presidente da República nos brinda com o seu discurso de Natal. Encorajador, disse mais: 'Mas tu escreves sempre e com distinta facilidade, baldes de merda até caíres para o lado, nós já estamos habituados a isso e começamos a achar falta!' 'Se calhar até devias escrever a mesma merda mas em verso e em inglês, tocavas umas guitarradas por cima daquilo e ainda ganhavas uns cobres!'. Eu respondi que assim ainda o David Fonseca me acusava de plágio... 'Então escreve em português!' Pensei no assunto mas não quero arranjar problemas com o Paulo Gonzo. Para desanuviar resolvi mudar de assunto como toda a gente nessas circunstâncias perguntei: 'Pá, tu tens o Canal Parlamento?' Ele respondeu que sim, deu-me um grande abraço e desatou a correr em direcção a casa.

Como já referi, o tempo não abunda, tenho dispensado a minha atenção a coisas mais edificantes, sendo assim obrigado a seleccionar, a procurar o que de melhor se faz em Portugal. Acedi então a essa montra da cultura portuguesa que é o site da Ana Malhoa, que para quem anda distraído, tem as suas fotos já publicadas na revista FHM (ainda não estou recomposto da surpresa que foi vê-la mencionada na Focus como uma das mulheres que recorreu à cirurgia plástica para aumentar o volume dos seus talentos) e até tem uma coisa a que chamou de, se a memória não me falha... música. Fico contente ao constatar que seguiu as pegadas de seu pai e lhe acrescentou ainda um grande par de motivos de interesse.